sábado, 26 de dezembro de 2009

got fire?




É um filme de diversos diretores composto por 11 curtas rodados em NY. E se parte do glamour de Holywood se devia às baforadas enevoando a cena em um piano bar ou cabaré, agora é a vez dos encontros na calçada - em inglês, curbside - quando as pessoas saem do restaurante pra fumar.

A chatíssima, internacional e inevitável lei anti-fumo acabou com o glamour dos galãs de cinema, infertilizou a filosofia de boteco e criou o anticlimáxico curbside romance. Se ninguém inventou esse termo ainda, tá na hora.

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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

lichia e leniência


é tempo de festas de fim de ano. luzinhas pela cidade, shoppings aquecendo a economia, trânsito do cão pra ver a decoração da avenida paulista e do ibirapuera, transformando o meu endereço no centro do congestionamento mundial. mas tudo bem. porque também é tempo de lichia.

na minha infância não existia lichia. a gente comia muitas frutas, mas essa daí não tinha não. eu descobri que ela existia só na época da faculdade, na casa de uma amiga mais bem informada. lembro que achei estranho aquele morangão alí na tigela. na hora que vi alguém no procedimento de descascá-lo entendi que não era um morangão, mas uma coisa totalmente nova. provei a primeira e estranhei um pouco a textura. mas depois adorei, fiquei fã. e agora eu me sinto meio criança na frente da árvore de natal quando descubro lichias nas gôndolas do supermercado. é o gosto dessa época do ano.

junto com as lichias vem também outro gosto bom, que é a sensação de que logo mais vamos conseguir dar uma pausinha na rotina. não que mude alguma coisa efetivamente quando o calendário vira, mas para mim a paradinha do final do ano traz de fato uma aliviante disposição para a leniência. o relatório não ficou pronto? tudo bem, ano que vem a gente vê isso. saiu do regime? ah... são as festas! não vai dar pra encerrar tudo bonitinho e cumprir em poucos dias o que não fiz o ano todo? beleza. ano que vem eu penso nisso.

e vamo que vamo. porque pra ser bem honesta esse blog foi a única coisa da minha vida que permaneceu funcionando ao longo de 2009. já todo o resto...

bom. isso aí a gente vê no ano que vem.
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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

ímpeto

eu não sei dizer a diferença entre coragem e estupidez...









sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

roquenrrrrrol!!!

se eu tivesse uma banda essa seria uma música obrigatória.
pra cantar de olhos fechados, cara de quem tá amarradão e tal...

sonzinho bom para cacete. enjoy!






MOLLY'S CHAMBER
Kings of Leon

Free - is all that she could bleed
That's why'll she'll never stay
White - bare naked in the night
Just lookin' for some play
Just another girl that wants to rule the world
Any time or place
And when she gets into your head
You know she's there to stay

You want it
She's got it
Molly's Chambers gonna change your mind
She's got your
Your pistol

Slow - She's burnin' in your soul
With whispers in your ear
It's okay I'll give it anyway
Just get me out of here
You'll plead - you'll get down on your knees
For just another taste
And when you think she's let you in
That's when she fades away

You want it
She's got it
Molly's Chambers gonna change your mind
She's got your
Your pistol




acho que se eu tivesse a voz do joe e soubesse tocar violão eu ia ser tão auto-suficiente que eu nunca mais saía de casa.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

queen mafalda

donne son avis. surtout si on ne le lui demande pas.
dá sua opinião. sobretudo se não lhe for pedida.

o mundo tá muito cheio de coisas. tem novidade acessível a todo momento. excelente. mas como tem muita tralha misturada fica difícil selecionar o que vale a pena. nesse ponto os blogs temáticos ajudam muito: você descobre alguém com um gosto interessante e deixa essa pessoa caçar tendências pra você. daí é só ir na cola... esses tempos descobri essa regravação por causa de um amigo e daí cheguei no blog desse francês: queen mafalda.

se o lobão fosse escrever aquela música hoje, o café, o cigarro e o trago trariam também a companheira internet.


domingo, 13 de dezembro de 2009

entangled in a thousand threads




não pára nunca de tocar esse maldito telefone. é sempre engano, porque quem ligaria pra mim sabe que eu não atendo mesmo. pois é, não sei porque tô pagando essa linha. sei que já é tarde mas ainda não tô afim de acordar. se eu virar o travesseiro ele fica bem fresquinho e eu consigo dormir mais um pouco. fecho os olhos com força pra me esconder da claridade da tarde que entra pela persiana fechada. uma outra coisa ruim de dormir sozinha é que os pernilongos todos só tem o seu pé pra escolher.
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sábado, 12 de dezembro de 2009

casinha


HOME IS WHERE IT HURTS - CAMILLE
My home has no door
My home has no roof
My home has no windows
It ain't water proof
My home has no handles
My home has no keys
If you're here to rob me
There's nothing to steal

(A la maison. Dans ma maison. C'est là que j'ai peur)

Home is not a harbour
Home home home
Is where it hurts

My home has no heart
My home has no veins
If you try to break in
It bleeds with no stains
My brain has no corridors
My walls have no skin
You can lose your life here
Cause there's no one in

(A la maison. Dans ma maison. C'est là que j'ai peur)

Home is not a harbour
Home has not a hearse
Home is not a harvest
Home home home
Is where it hurts




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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

casquinha

tó: aqui tá seu corpo, ele é seu veículo. use-o pra seu prazer. não o use pra machucar os outros. o desempenho vai ser tão bom quanto a manutenção que você providenciar. na saída você tem que devolvê-lo. tudo o que você fizer durante a sua permanência é problema seu. ah! e fica esperto porque passa muito rápido. enjoy your stay.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

senhor urso

mais um se foi. mais um dos queridos. quero acreditar que ele teve escolha. e preferiu partir a ficar aqui sofrendo. só que sinto muito, muito, muito por quem ficou. porque o vazio que sobra, mesmo quando não há motivos pra revolta, é realmente devastador.

sábado, 5 de dezembro de 2009

pacifier

try to rest a bit. ou cigarro. vinho. livro. chiclete. yoga. música. internet. tv. prozac. try everything. go with whatever works.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ãhn? Desconstruindo quem?

Eu tinha pensado numa idéia pra postar... Ou alguém tinha falado alguma coisa que eu achei legal e queria postar, não lembro direito... Essa é a minha sensação de todo dia. Eu fico ocupada o dia todo mas no final não sei dizer o que fiz. Tinha sempre alguma coisa que eu devia ou queria fazer, mas não sei se não rolou ou se eu desisti. Ou esqueci.

É muito estranho me ver desse jeito. Sendo uma 'dessas pessoas'. Não faz muito tempo eu ainda era extremamente ligada e cuidadosa. Era conhecida por dar conta de tudo, dar notícia de tudo, saber tudo de cor. Era detalhista, compenetrada. Orquestrava mil coisas diferentes sem fazer esforço. Sabia onde queria chegar e era sintonizada. Updated and sharp.

Só que agora, há uns bons quase 2 anos, eu percebo que sou diferente: desligada, impersistente. Não, eu não escolhi ser assim! Aconteceu. E, eu juro, é mais forte do que eu. Agora eu sou uma pessoa sem foco.

O que me leva ao meu personagem emblemático + cena de cinema inesquecível #3: Mel, o personagem do Robin Williams no filme Desconstruindo Harry, do Woody Allen. A história é sobre um filme que está sendo feito. Em determinado momento a equipe se agita pois um dos caras da produção não consegue focar Mel, um dos personagens do filme do filme, com a câmera. Depois de uns minutos questionando a qualidade das lentes, o diretor olha diretamente para o ator e constata que o equipamento de filmagem está em ordem. É o próprio ator quem está fora de foco.

No princípio ele não se dá conta. Está evidente pra todo mundo mas ele mesmo não percebe. Igual na vida real.

Ao chegar em casa a família também se espanta e o leva a consultar um médico. O diagnóstico é certeiro: Não há nada de errado com você, exceto pelo fato de que você está sem foco.

E o genial de Woody Allen se coloca na única solução disponível, claro. Distribuem-se óculos para todos os familiares. O filho resiste a princípio, mas é logo convencido pela mãe. Sim, sim. Ponha os óculos! Realmente melhora! Então, na impossibilidade de reverter a situação-problema, a solução muda de foco (hãn?). O negócio vai ser assim: quem ficar enauseado com a distorção, com a imagem borrada, faça a gentileza de por os óculos. Caso contrário vão me ver embaçado, sem nada definido, impreciso.

Não há nada muito mais que eu possa fazer no momento. Viver não é preciso, anyway.
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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

geografia I

eu fui pra Recife nesse fds dar aula sobre reabilitação cognitiva (como ajudar quem tem problema no cérebro a fazer ele funcionar melhor). tive um pouco de dificuldade de estimar o tempo da viagem das alunas dos estados vizinhos. percebi que, de distâncias de viagem no Brasil, eu só sei a estimativa grosseira "pro Rio 500, pra Brasília 1500". pra mim, São Paulo é tipo uma praça da sé do mundo, sabe? então, tive que voltar pro mapa pra ter uma noção da escala.

daí, lembrei dos meus 9 anos de idade, na 4a série, estudando geografia no chão do meu quarto, junto com a cristiane 'pitomba', minha amiguinha da classe. minha mãe sentada na minha cama fazendo graça e ensinando truques mnemônicos pra ajudar a gente a decorar as capitais. minha mãe fazia treino cognitivo comigo desde pequena e eu nem sabia. minha mãe é fudidona!


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você sabe localizar os estados e nomear as capitais?
faça o teste.
(depois, se vocês quiserem, eu ensino os truques que a minha mãe usava pra me ajudar a estudar.)


terça-feira, 24 de novembro de 2009

totó

heitor com agá. benedicto com cê mudo. prado. tinha o apelido de totó e era o mais novo dos meninos. minha vó chamava os três filhos de meninos até o dia que morreu aos 96 anos (os "meninos" passados dos 70). ela contava que o tio heitor nasceu fraquinho, fraquinho. foi uns tempos pra fora da cidade, morar com a vó dele, pra mudar de ares. ninguém sarava sem mudar de ares. quem diria que ia virar um touro de forte? comia uma dúzia de bananas e uma dúzia de ovos todo dia de manhã antes do tiro de guerra. dizem que foi um jovem lindo de morrer. formou-se para cuidar de gente. primeiro professor e depois dentista. mas foi trabalhar mesmo com números. dizem que era muito genioso e difícil. mas isso é o que dizem. eu mesma nunca conheci esse lado. só sei que seguiu sozinho a maior parte do tempo. teve duas mulheres. uma filha com cada uma. duas netas e três netos. tinha um coração enorme. participava sempre da vida de todo mundo, queria saber de tudo, nunca esqueceu um aniversário. comia muito, muito devagar. sempre rezava antes das refeições. era sistemático e inteligente. sabia um pouco de todos os assuntos. adorava crianças. adorava doces e comidas diferentes. ficava tão animado com presentes comestíveis que me fez criar uma tradição de levar-lhe um panetone todo final de ano só pra ver a cara dele de satisfação. nos últimos meses esteve fraquinho de novo. mudou de ares pra ver se sarava, mas não teve jeito dessa vez. ontem o coração dele parou de bater. hoje estava todo mundo lá pra se despedir e dizer que ia sentir muita saudade dele. foi triste, triste.
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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

desperdício

eu tenho fé nas pessoas. acredito que todo mundo é capaz de ter um lado bom. acho que isso eu aprendi com a minha mãe. ela consegue ser generosa sempre, mesmo ao olhar gente fazendo bobagem da grossa.

quando eu ficava muito crítica com alguém, ela conseguia me ajudar a dar um desconto, ver o ponto de vista do outro. ela dizia que ninguém acorda de manhã pensando: "puxa! hoje vou fazer cagadas homéricas, vou fazer tudo errado!" na verdade cada um tenta fazer o que acha certo. a gente faz o melhor que dá.

eu fiquei pensando nisso quando soube da morte do celso pitta. pelo que me lembro ele era um cara muito inteligente, formado e pós-graduado em boas escolas. chegou a ser prefeito de uma das maiores cidades do mundo e fez o que? alguém lembra alguma coisa de bom que ele tenha feito? é triste, não é? eu acho...

tomara que pelo menos alguém da família, ou amigos, ou alguém tenha alguma coisa de bom pra falar dele, do conjunto da obra, do passado, sei lá. senão é muito desperdício de vida, não é não?
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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

monstros s.a.


no manual para pessoas que sofrem deviam constar instruções de como não se tornar um monstro. de como não ser intratável e arredia só porque você não se sente bem e acha que não tem nada de bom pra dar. de como não infernizar a vida dos outros com seu escárnio e seu cinismo só porque você está com raiva. de como não se achar no direito de negligenciar as necessidades das outras pessoas em favor do seu umbigo. de como não contaminar a água da população com seu fel de pessimismo só porque você está triste. de como não ser agressiva e bocuda só porque você se sente julgada e desconfortável na presença de outras pessoas. só que não tem nada disso no manual. a única coisa que tem é a mesma frase em todas as páginas: uma hora vai passar. grandes merdas. se era pra falar isso não sei porque abriu a boca.
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bandeirada

que trânsito, não?
ah! são paulo não dá mais...
não tem mais horário. é o dia inteiro cheio de carro.
nem diga!
precisava era melhorar o transporte público, isso sim!
é verdade. uma cidade tão grande e o metrô é tão pequeno.
pois é. se não melhorarem o metrô essa cidade vai parar!
já parou, meu amigo. já parou...
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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

térreo por favor

gente, mas tá quente, não?
pois é. ontem a noite tava até fresquinho, e agora esse forno...
não é?
tempo doido, viu?
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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Bolo Peteleco

a receita da tia maria helena era igual a da cozinha nestlé: o peteleco é um bolo de chocolate estilo nega maluca, fácilimo! fica muito fofo e saboroso. não tem como errar. bom pra todas as horas. não precisa bater. super rápido!

Ingredientes
Calda
6 colheres (sopa) de açúcar
2 colheres (sopa) de Chocolate em Pó DOIS FRADES
1 colher (chá) de raspas da casca de laranja
1 colher (chá) de manteiga
Massa
3 xícaras (chá) de farinha de trigo
2 xícaras (chá) de açúcar
1 xícara (chá) de Chocolate em Pó DOIS FRADES
1 colher (chá) de fermento em pó
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 xícara (chá) de óleo
2 ovos ligeiramente batidos


Modo de Preparo
Calda
Misture todos os ingredientes e leve ao fogo baixo com meia xícara (chá) de água, deixando ferver até obter uma calda grossa. Retire do fogo e espalhe ainda quente, sobre o bolo, assim que retirá-lo do forno.
Massa
Peneire juntos a farinha, o açúcar, o Chocolate em Pó, o fermento e o bicarbonato em uma vasilha. Junte o óleo, os ovos e por último duas xícaras (chá) de água fervente, misturando bem. Despeje a massa em uma assadeira retangular (22 x 33 cm) untada e asse em forno médio-alto (200ºC), preaquecido, por cerca de 25 minutos.

Sirva puro ou com sorvete.
Também fica uma delícia acompanhando o cafezinho.
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domingo, 15 de novembro de 2009

ok. i got it. the joke is on me.

and when i say 'life's been ironic', what i really mean is 'life has a fucking twisted sense of humor'. you may call it irony. i call it pure bad luck. or, in this case, pure bad timing. extremely, hugely, ridiculously bad.



a letra da música tá aqui.
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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

um dia a casa cai

Assim como as vestimentas e costumes, a língua também tem modismos. Lamentavelmente, a grande maioria não serve pra nada a não ser desafiar o ouvido e o estômago daqueles que apreciam a língua mãe. Uma pessoa começa a falar uma bobagem aqui, outra repete ali e, quando se vê, temos gerundios pipocando pra todo lado, discursos começando com 'enfim', expressões inadequadas sendo usadas na hora errada.

Nos últimos tempos a expressão mal colocada da vez é o 'literalmente'. Por alguma razão esdrúxula as pessoas passaram a usá-la para dar ênfase a uma idéia, no lugar de um advérbio de afirmação, mas em geral em situações que nada tem de literal. Na verdade, o que acaba acontecendo é que a palavra é usada para denotar algo exatamente não literal. É igual usar 'com certeza' no lugar de 'nem a pau'. Não tá certo, minha gente!

Outro dia uma pessoa me disse a seguinte pérola: "Nossa! Estou literalmente morta de fome." Veja bem, querida: se tem uma coisa que você NÃO está, e eu posso verificar pelo fato de que você está aqui falando comigo, é 'literalmente morta'. Sacou?

Algumas outras que ouvi recentemente: "Claro que ele chegou atrasado de novo, e eu fiquei literalmente puta!"; "Na hora que eu vi que ela estava lá, saí literalmente voando daquele bar."; "Eu literalmente chutei o pau da barraca na reunião." E por aí vai...

Bom, tudo isso pra deixar claro que eu tenho consciência do uso correto da expressão. E também pra contar pra vocês que o teto literalmente desabou na minha cabeça.


(e nem é a primeira vez que isso acontece!)
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

mais de mil vezes

ninguém liga no telefone de casa. não quem quer me achar. quem poderia ser? deixei tocar mais de mil vezes pensando que não queria falar com ninguém. mas no fundo torcendo pra ouvir sua voz na secretária. você sabe que eu não atendo mesmo. talvez estivesse querendo dar um sinal de vida. deixar um contato. sei lá. ligar pra não conseguir falar. deixar um recado sem dizer nada importante. só pra não acabar de vez com a comunicação. acho que quem queria isso era eu. deixei tocar mais de mil vezes. resolvi atender na esperança de ser você. era engano. ninguém liga no telefone de casa. não quem quer me achar.
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blecaute

eu queria a sorte de uma pane de energia toda noite.
apaga a luz e usa a energia pra outra coisa.

a gente teria aposentado o micro-ondas pra jantar sempre à luz de velas. slow food. a gente ia ter desligado o Friends na tv pra rir das nossas próprias histórias. a gente teria deixado o trabalho no trabalho e a gente não usaria o computador pra nada. a gente ia jogar paciência a dois. com as cartas na mesa.
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terça-feira, 10 de novembro de 2009

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

soul for sale (again)

Poder, sucesso, dinheiro, beleza, juventude eterna.
O que é que te faria vender a alma?

Tema recorrente na cultura ocidental e neste blog:
O que é o dom mais valioso pra você?
O que você pediria em troca pro Coisa Ruim?

Eu já estive certa de que eu pediria tempo.

Hoje, creio, eu pediria certezas.
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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

tempestade de areia

ardem meus olhos de pouco dormir, muito chorar ou falta de umidade no ar?
meu peito aperta de muita tristeza, tanto cigarro ou calor infernal?
essa indisposição inerte veio pelo cansaço, pela apatia ou pela temperatura?

não é possível se sentir tão mal assim. it's gotta be the heat!
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E o vento vai levando tudo embora...

Maldito Renato Russo!

Vento no Litoral - Legião Urbana



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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

lévi strauss. não o do jeans. o outro.

uma humilde reverência a Claude Lévi Strauss, o filósofo e antropólogo, no dia de sua morte.

o lévi strauss faz parte do meu repertório por causa da puc. e as coisas que ele falava, que eu aprendi nos livros, hoje em dia fazem parte da minha alma. o jeito que eu entendo o mundo tem a ver com o pensamento que ele ajudou a construir: a mente humana é o elemento primeiro de tudo que a gente conhece como mundo.

as estruturas sociais são o imediato reflexo das estruturas cognitivas. se você quer entender uma sociedade você deve estudar sua gramática, ele dizia.

eu não me lembro muito especificamente das obras que estudei. parece que o que ficou foi uma grande influência do olhar dele. e particularmente duas frases. são dois dos princípios definidos por ele, que regeriam a mente humana e, por conseguinte, as organizações e relações sociais, das mais simples às mais complexas:

'reciprocidade é o jeito mais simples de criar relações sociais.'

'um presente une ambos doador e receptor numa relação social contínua.'



vale pros índios da amazônia, pras sociedades ocidentais, pras tribos do pacífico. vale pras relações de poder entre estados, pras crianças do parquinho, pra duas pessoas que se encontram num bar qualquer.

esses princípios aí querem dizer mais ou menos 'quando um não quer dois não brigam'.

ou então, se preferir, que um relacionamento tem que ser feito de dois. ninguém consegue levar um relacionamento sozinho. os dois TEM QUE querer.

ninguém consegue dar um presente se o outro não recebe. perde todo o sentido. vira só uma imagem tanto triste quanto patética de alguém estendendo os braços diante do nada com um embrulho bonito e todo enfeitado com fita.
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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

pão de ló com recheio de doce de leite

do que você tá falando? ah, das pequenas coisas. sabe aquelas que você nem notava que eram tão legais? as coisas do dia-a-dia, você quer dizer? é... mais ou menos. não é bem isso não. é tipo uma mania que você inventa junto com o outro e faz sempre a mesma coisa, e repete até quando ninguém mais lembra porque começou? que nem sair dum casamento levando um bem-casado na mão e 15 escondidos nos bolsos do terno e na bolsinha de festa. hahaha que exagero! pois é. só pela piada. no fim era a isabel que comia. a gente vivia tentando fazer dieta, sabe?


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domingo, 1 de novembro de 2009

o que eu faço agora?

a pergunta não me sai da cabeça. acabei achando uma resposta satisfatória. pelo menos por enquanto. e vamo tocando.


Ela faz aquela cara de interrogação e dispara: O que eu faço agora?
Fico sem saber o que dizer, até que, por fim, solto: Não faz nada.

É isso. Não faz nada.

(será que a resposta é pra ela ou pra mim mesma?)

Ou melhor, faz só as pequenas coisas. As mínimas, mais simples, aquelas menos pensadas. Fica cinco minutos debaixo do sol pela manhã. Toma um banho demorado. Passa o melhor hidratante. Prepara uma salada de frutas. Compra uma cerveja bem gelada. Escuta sua música preferida infinitas vezes. Dança sozinha na sala. Liga para um amigo querido. Corre no parque. Dorme a manhã inteira. Foge pra praia. Arruma a casa e limpa as gavetas. Trabalha direito. Espera o dia nascer pra depois sonhar acordada - cinco minutos tá bom, que o exagero estraga.


TEXTO DA SIMONE IWASSO. GÊNIA.
PRA LER MAIS COISAS DELA VAI LÁ NO LOCUTÓRIO.
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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

perspectiva

tem umas épocas na vida da gente que não dá pra entender nada do que tá acontecendo. parece que você tá no meio de uma multidão, seguindo um fluxo que vai pra sabe deus onde.

nessas horas a gente queria conseguir olhar de cima, tipo um google maps. só que isso é muito, muito difícil.

na real, tudo que a gente consegue fazer é ir seguindo como pode. a gente faz o melhor que dá. e torce pra a vida seja um pouco menos ao acaso do que parece. torce pra que tenha alguém conduzindo um master plan que alguma hora vai fazer sentido.


Exibir mapa ampliado

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

lets put it this way...

... life is not showing its brightest side.


who cares?

uns tempos aí atras teve uma galera engajada que caiu de pau em cima da fernanda young porque ela falou que não tava nem aí pro bush, que não tava nem aí pra coisas do oriente médio e não tava nem aí se estavam saqueando a mesopotamia. na verdade ela não falou que não tava nem aí. ela falou algo do tipo: caguei ou tô cagando pro bush, etc. mas vamos deixar por isso mesmo. a intenção era falar que não tava nem aí.

eu achei engraçado na época. só porque ela é uma figura pública e opiniática meio que se espera que ela tenha algo a dizer sobre tudo.
não, né? deixa ela reclamar do trânsito, das pessoas medíocres, do sistema escolar que a massacrou na adolescência, sei lá eu. deixa ela se importar com o que ela quiser, não?

às vezes é muito difícil a gente conseguir olhar pra além do nosso umbigo e ter alguma opinião sobre o mundo lá fora. atualmente eu tenho opinião sobre se eu tenho fome ou não. se eu tenho sono ou muito sono. o máximo de ampliação que eu consigo é me questionar se o destino, aquele grande gozador, tá levando a piada da minha cara ou não. do jeito que eu tenho me sentido insignificante acabo achando que nem tô valendo a piada. the joke must be on someone else. o destino não ia perder tempo de chutar cachorro morto, sabe cumé?

e, só pra constar, eu tô nem aí pro oriente médio.
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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

GPS who?

- entra aí, te dou uma carona.
- ótimo! você sabe onde é?
- não... você sabe?
- ah. mais ou menos. vamos indo. eu acho que consigo lembrar.
- ok. eu vou aqui direto?
- vai. entra na próxima à esquerda.
- é contra mão!
- não, não. quero dizer: à direita.
- ah! tá.
- agora no farol, vira pra direita... não! pra esquerda.
- onde?
- aqui ó. desse lado de cá!
- isso. vamos fazer assim: fala pra lá ou pra cá.
- fica mais fácil, né?
- acho que sim.
- é mesmo. esquerda e direirta dá muita margem à dúvida, né?
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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

terça-feira, 20 de outubro de 2009

don't worry now...

... life gets way worse as we grow older.

and the only other option is even less atractive.


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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

e agora?

é muito difícil viver sem saber o que vai acontecer.
porque a gente quer ser feliz.
a gente quer que tudo dê certo. (whatever that means...)
então a gente tenta controlar o máximo de variáveis possíveis.
a gente tenta fazer tudo certo.
tomar as decisões corretas.
vislumbrar onde quer chegar e o melhor caminho até lá.
a gente faz planos.

ã-ham.

aí vem o fiadaputa do woody allen e fala na nossa cara:

“If you want to make God laugh, tell him about your plans.”
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domingo, 18 de outubro de 2009

da série: músicas que eu ouço mil vezes seguidas

adoro. mas que fique claro que a melhor versão ever dessa música era a do joe. bons tempos.


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sábado, 17 de outubro de 2009

lusco-fusco e garoa

chuva que não molha
claro que não ilumina
dia de empatação
não fode e não sai de cima

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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

aging like wine

eu detestava o john mayer na época que ele surgiu e cantava a chatíssima 'your body is wonderland' com voz de boca mole.

daí ele cresceu.
toca violão bonitinho e canta outras coisas.
agora eu gosto dele bem muito.

nessa música ele fala que é invencível enquanto estiver vivo.

(e é isso mesmo, né não? quem tá vivo tá no jogo.)


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acorda!

acorda, alice! acorda!
a corda! a corda!

quanto mais puxava, mais esticava, como se fosse o espaguete do prato que a dama e o vagabundo dividiram. não tem tensão nessa corda! eu não vou conseguir te tirar daí! eu não vou conseguir! eu não vou conseguir! me escuta: eu não vou conseguir.

pára de tentar subir que não adianta. (foi o que falou a amiga que era tão pequena. como é que ela sabe todas essas coisas agora?)

quando o chão falta debaixo dos pés é melhor se deixar cair. ao bater no fundo a gente se sente apoiado de novo. daí fica mais fácil. deve ficar. tem que ficar.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

is this real life?

¿oɐu 'ınbɐ ɹod ǝʇuǝɹǝɟıp ɐsıoɔ ɐɯnƃʃɐ ɯǝʇ ǝnb ǝɔǝɹɐd http://migre.me/7Hwd

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domingo, 11 de outubro de 2009

Ragtime Gal*

Eu tenho tido uns sonhos meio vintage. O primeiro era em preto e branco, em uma praia. Era a praia com cara de antigamente: cheia de mato, deserta. O dia estava fechado e eu estava sentada num deque olhando caixas com livros e discos antigos. Remexendo uma espécie de memoriabília da vida e re-descobrindo algumas daquelas coisas que eu já nem lembrava que existiam.

O outro sonho tinha um clima medieval, Brumas de Avalon. Era o cenário que eu imaginava do castelo do Rei Arthur quando li o livro. Eu estava arrumando minhas coisas pra uma viagem. Recolhia peças de roupas e sapatos jogados pelo chão e pelas escadarias de um castelo com paredes de pedras enormes.

Acabei chegando só até a porta do castelo, tentando imaginar como é que eu ia atravessar o terreno úmido e lamacento e cheio de neblina que me cercava por todos os lados. Acordei antes de descobrir como é que eu ia me virar naquele pântano.

Pensei em mandar esses sonhos pra uma amiga professora da PUC, pros alunos de 1o. semestre brincarem de interpretar sonhos óbvios em psicologia básica 101.





* ragtime was a type of music, in like the 20's or 30's. that's just kind of an expression (from a song) about a girl who dances ragtime music.

sábado, 10 de outubro de 2009

Mulheres Possíveis

Esta é capa da última edição da revista Playboy americana:




Eu achei legal. Adoro cultura pop.

Só que, pra variar, mais uma piada banal me jogou em mil loopings de pensamentos existenciais. Desta vez sobre ser mulher na minha pele. E sobre quem eu quero ser agora que eu já cresci.

Porque na última quinta-feira foi meio agressivo estar num lugar cheio, lotado de gente, onde eu era a única mulher sem chapinha e sem peitão.
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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

over the counter

alguém aí tem um analgésico pra dor na alma?
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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

matou o gato


prezados clientes,
estamos aqui para divertí-los.
lembrem-se, entretanto, que existe uma linha clara entre o interesse genuíno e a curiosidade mórbida.
é favor respeitar a lei anti-dedo-na-ferida.
gratos,
a gerência.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

nos quarenta e oito do segundo

quando 20 chocolates embrulhados individualmente (que agregam valor nutrindo a compulsão do ato repetitivo) não são suficientes pra acalmar os gremlins que moram no seu estômago, ou você vai pra um tarja preta, ou pro marlboro tarja vermelha.

resolvi sair com o carro e fumar por aí, aproveitando que nos quarenta e oito do segundo já não tem mais trânsito. mas parecia que a avenida livre e a nicotina não estavam lá com essa bola toda.

ainda bem que às vezes a vida te surpreende e te mostra que a felicidade existe na gratuidade de um gesto simpático.

e você se descobre sendo seguida por um carro com 3 garotos buzinando e gritando sorriiiiia! a vida é beeeeela! fazendo o maior escarcéu (que a só a tenríssima juventude não auto-censura). a menina meio descabelada era uma natalie portman bicho-grilo agitando os bracinhos pra fora da janela. gritava com seu charme carioca: fica trixxxte naaaaao! a vida é booooooouuuua!

e no meio da noite você se vê sentada na calçada da paulista batendo papo e dando risada. falando da vida com estranhas criaturas que alguém mandou lá do céu pra te interpelar na madrugada.

achamos um lugar pra menina bonita fazer xixi. alguém quer uma coca? eu tomei uma H2O. e tive que explicar que na minha idade a gente não brinca mais com cafeína à noite. quando fomos embora eles me acompanharam até meu carro, abriram a porta pra mim e ficaram no meio da rua, dando tchau e jogando beijos.

hoje eles mandaram um email carinhoso e uma foto. ainda bem. senão eu acho que nem eu ia acreditar nessa história.
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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

nos quarenta e cinco do segundo

sabe aquele dia ruim?
mas ruim mesmo, que não teve nada, nadica de bom?
daqueles que não servem pra nada a não ser te deixar um dia mais velha e mais cansada?
pois é. tive mais um desses.

ainda bem que às vezes a vida te surpreende e te mostra que a felicidade existe nas pequenas coisas. tais como 20 pacotinhos embrulhados individualmente.

É de graça, a vida.

Pra quem estiver procurando motivos pra ser grato pela vida.

Ou pra quem já se conformou que as coisas mais sensacionais são obrigatoriamente bregas e simples e clichés. E dadas. De graça.



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sábado, 3 de outubro de 2009

a conclusão é uma só:

saí na rua no sábado a tarde pra tomar meu tradicional balde de café. jeans, camiseta, havaianas, bolsa a tiracolo. parecia eu mesma. normal. vou andando de volta pra casa pensando nas coisas que andam rolando na minha vida atualmente.

avisto a uns dez passos um carinha com um menininho no colo.

quando estou a cerca de 5 passos deles o tal carinha está colocando o garotinho no chão, meio ajudando ele a se equilibrar pra andar (ainda meio bambo, perninhas e braços abertos).



o moleque, sem titubear, dispara em minha direção e, para surpresa geral, agarra minhas pernas num abraço. daqueles de até encostar a cabecinha, aninhando no meu joelho.




o cara, meio sem graça, meio rindo:
- biel, biel, vem cá, filho! vem cá!

pega o menino gentilmente no colo e, simpático, fala pra mim, neste momento ainda não tão atônita:
- desculpa ae. ele achou que voce era a minha mãe. ele adora ela.

(whaaaat???)

...

a conclusão?
bom, o destino é mesmo um grande gozador.
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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

home


HOME IS WHERE IT HURTS - CAMILLE
My home has no door
My home has no roof
My home has no windows
It ain't water proof
My home has no handles
My home has no keys
If you're here to rob me
There's nothing to steal

(A la maison. Dans ma maison. C'est là que j'ai peur)

Home is not a harbour
Home home home
Is where it hurts

My home has no heart
My home has no veins
If you try to break in
It bleeds with no stains
My brain has no corridors
My walls have no skin
You can lose your life here
Cause there's no one in

(A la maison. Dans ma maison. C'est là que j'ai peur)

Home is not a harbour
Home has not a hearse
Home is not a harvest
Home home home
Is where it hurts




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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

done

ok. liked this place. but i am kinda tired now. can i go?
who am i supposed to ask to be excused?
or should i just go?

terça-feira, 29 de setembro de 2009

tipo um torpedo...

sabe quando você quer avisar uma pessoa de algo meio importante, mas não justifica uma ligação, não pode ser um email porque você tem que garantir que a pessoa receba logo e não dá pra esperar encontrar a pessoa?

é uma típica "SMS-situation", não é?

pois é, mas talvez você tenha necessidade de ser mais criativo...














esse foi o bilhete que eu encontrei colado no meu carro,
escrito em uma etiqueta de um finado floppy-disk,
deixado pelo porteiro do prédio do consultório.
no caso, o Zé.

finesse

é muito fácil receber gentilezas de volta quando você é um amor com as pessoas. o difícil mesmo é alguém responder bem quando você lhes joga uma bomba. felizmente tem gente que sempre te surpreende...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

martha rocha

bom mesmo seria conseguir localizar exatamente o que há de errado na vida da gente.
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domingo, 27 de setembro de 2009

pé-de-moleque

queria ser leve.
não levar as coisas tão a sério.
queria sofrer menos com as despedidas.
queria ver as coisas de forma mais simples.
queria não me preocupar tanto com o tempo.

mas daí eu não seria eu.

acho que eu seria um cara.
ou alguém que não perdeu grandes coisas na vida.

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sábado, 26 de setembro de 2009

Brasil e México

Marisa Monte canta com Julieta Venegas.
O nome da música: Ilusão.




Uma vez eu tive uma ilusão
E não soube o que fazer
Não soube o que fazer
Com ela
Não soube o que fazer
E ela se foi
Porque eu a deixei
Por que eu a deixei?
Não sei
Eu só sei que ela se foi

Mi corazón desde entonces
La llora diario
No portão
Por ella
No supe que hacer
Y se me fue
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue

Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque não me deixei tentar
Vivê-la feliz

É a ilusão de que volte
O que me faça feliz
Faça viver
Por ella no supe que hacer
Y se me fue
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue

Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque não me deixei tentar
Vivê-la feliz
Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque no me dejo
Tratar de hacerla feliz

Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

LIVES FOR SALE: pick yours

#1: entrei no lugar e era gente feia pra todo lado. tocava uma coisa estranha que eu nunca tinha ouvido mais gorda. era um empurra-empurra, as pessoas meio te interpelando no meio do lugar. que saco. é o típico lugar que vai dar merda. sabe quando você sai de casa e fala: xiii, não vou curtir esse negócio!

#2: pois é. fui lá. mas não estava tocando as músicas que eu gosto. umas pessoas vieram falar comigo, mas não era ninguém conhecido. acabei voltando lá pro lugar de sempre. foi legal.

#3: fui num lugar ontem, acabei me vendo sozinho no meio de um monte de gente estranha. ainda bem que as pessoas vieram falar comigo, acabei arrumando um povo lá pra conversar. eles ouvem um mix de vários sons, é uma coisa meio diferente. a gente não tem nada parecido por aqui. é até curioso. acabou que voltei tarde e dormi pouco.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

ainda, o medo

é como um laço que se aperta em nós

- do que você tem tanto medo?
- não sei. de tudo. é aterrorizante.
- tem medo de morrer?
- não... é de viver.
- tem medo de viver?
- medo de viver errado, acho.
- mas não existe viver errado...
- então pra que é que a gente vive tentando acertar?




pra ver a letra genial do Lenine clique aqui
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terça-feira, 22 de setembro de 2009

dizzy

será que essa vontade de ficar inerte e muda, de preferência no escuro, de preferência pra sempre, é o tal do inferno astral?
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domingo, 20 de setembro de 2009

the marshmallow test *

esse é um famoso experimento da psicologia.

a idéia é simples: você deixa uma criança sentada frente a frente com um doce. você diz pra ela que vais sair um instante e já volta. e que se ela quiser comer o doce agora ela pode, mas que ela ganhará mais um caso não coma e espere você voltar.

pode parecer brincadeira, mas esse paradigma de pesquisa é sensacional pra gente entender mecanismos cerebrais complexos envolvidos na nossa capacidade de tomada de decisão.

felizmente a proposta deste post não é entediá-los até a morte com minhas observações científicas. fiquem tranquilos, meus fiéis e queridos leitores.

vamos só nos divertir com os dilemas alheios:
(já que os nossos próprios dilemas não tem absolutamente nada de divertido)





*agradecimentos especiais para a naninha, que foi quem me mandou esse video. ela é a responsável por deixar a turminha atualizada com relação ao mundo maravilhoso dos doces. she is sugar and spice and all things nice. thank you darling!

sábado, 19 de setembro de 2009

I DO (feel tempted)

essa mulher sabia das coisas.
eu queria ter escrito essa letra.
meu sonho era cantar como ela.



MR. SCARECROW

Hey, Mr. Scarecrow
You can't close your arms
you can't fold your arms
You're always standing still
Watching days pass by


Hey, Mr. Scarecrow
In this never changing view
Of this ever changing fields
It wouldn't seem unreal to see you cry
To see you cry
But maybe
Maybe it was just the morning dew

Hey, Mr. Scarecrow
If you could walk
If you could see the world
If someone could break your heart
Wouldn't you feel tempted
To come back to these fields?
And feel no pain
Just sun and rain
To make you fall apart
I've seen you cry
I think I've seen you cry
But maybe
Maybe it was the morning dew

Would you feel tempted
To come back to these fields?
And feel no pain
Just sun and rain
To make you fall apart
I've seen you cry
I think I've seen you cry
But maybe
Maybe it was just the morning dew...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Tá com tempo na agenda?

tá fazendo pouca coisa?
tá sobrando tempo pra pensar na vida?

hummmmmm... isso não é bom!

menina, sua vó já dizia:
"cabeça vazia, oficina do capeta."

ok. entendi. saquei. got it.

na 5a começo a dar aulas de inglês instrumental para leitura.

porque infelizmente eu não tô conseguindo fazer nada de bom com meu tempo livre (que um dia já foi a coisa mais preciosa que eu tinha).
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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Mary has left on a jet plane.

Um dos amigos jovens me mandou uma notícia dizendo que a Mary - do Peter, Paul and Mary - morreu de câncer. Eu adorava ela. Uma pena que tenha tido que ir embora desse jeito.

Imagino que ele deve ter lembrado da tia dele, que se foi também nesta semana, depois de lutar com uma pneumonia do mal. Ele deve estar triste e pensando na vida e na impermanência das coisas. And all the stuff we think about when a loved one dies. Tomara que ele fique bem logo. Tomara que ele tire disso tudo uma vontade grande de passar mais tempo perto das pessoas que ele gosta enquanto elas estão por aqui. Por aqui, alive and kicking. Afinal qualquer um de nós está sujeito a ir embora de uma hora pra outra. Sem aviso prévio.

Por causa da história desse amigo eu tenho pensado muito na minha tia Maria Helena, que morreu há uns anos. Ela também era irmã da minha mãe. E mãe dos meus primos queridos, do lado de quem eu cresci e passei todas as minhas férias até os 19 anos. Era daquelas tias meio mães, que tinha liberdade pra me dar uns coças quando eu aprontava, mas também não deixava nada a desejar quando eu tinha febre ou coração partido e precisava de colo. Eu tenho muita saudade dela. E das infindáveis tardes de café, esmaltes e os "casos" que ela contava. Ela morreu de câncer, também. Igual à Mary.
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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

sessão da tarde

embora adore filmes de chorar,
eu odeio aqueles filmes que são tristeza gratuita,
que fazem a gente chorar sem dar um desconto no final.
pode ser uma esperança, um twist surreal, uma lição, um insight.
mas tem que dar alguma coisa em troca do sofrimento.
desde pequena eu tenho ódio desses filmes.
eu chamava o gênero de 'filme de adulto'.
acho que desde sempre eu já sacava
que a vida de adulto não dá nenhum desconto, mesmo.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

o fim de uma era

descobri que eu não gosto de bar sem cigarro.
ter que sair pra fumar - nem que seja só até ali - trava a conversa e estraga o mood da mesa. dá pra ser feliz no bar sem beber. mas não sem fumar. it sucks big time.
acho que agora tá na hora de ter filhos ou escolher outra atividade preferida de todos os tempos.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

inveja. dark side. do mal. inveja preta.

Adivinha quem foi estudar literatura na Brown University?
NOT MEEEEEE!
Pois é.
Depois de se graduar em Hogwarts, Emma Hermione Watson foi pros Estados Unidos estudar. Que vida chata a dela. Tadinha.



terça-feira, 8 de setembro de 2009

corações e certezas

ser partido é da natureza dos corações.

(o resto a gente não sabe no que vai dar)
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*sigh*

LIFE IS SUCH A BORE....

quem tudo quer...

quem sempre enche a mão,
pega bem mais do que pode segurar.
vai perdendo, sem saber exatamente o quê.
se não escolhe o que guardar,
não sabe o que vai escapar por entre os dedos.
.
se não abrir mão,
se não largar mão,
vai acabar sem nada.
ou, quando muito,
vai acabar agarrando sabe-se-lá-o-quê,
se der a sorte de que sobre algo.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

o apreço não tem preço

qual o limite do que se pode pedir pra um amigo?

- me empresta uma grana?
- você pode ser meu fiador?
- posso viajar com o seu carro?
- preciso de doadores de medula compatíveis. faz o teste?
- posso guardar caixas de livros, instrumentos e um ventilador na sua casa enquanto eu não tenho onde morar?
- me dá um abraço e empresta seu ombro pra eu chorar?
- cuida dos meus filhos enquanto eu vou numa festa?
- descola a chave da sua casa pra eu poder ficar mais "à vontade" com o meu affair?
- me empresta aquela sua bolsinha pra eu usar num casamento?
- segura minha testa enquanto eu vomito?
- me apresenta sua prima?
- me dá seu sêmen pra eu engravidar uma barriga de aluguel e ter um filho seu????

não, meu povo. eu não inventei isso sozinha...

leia aqui:
Macaulay Culkin pode ser o pai biológico de Prince Michael II
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domingo, 30 de agosto de 2009

I AM BACK

Voltei de Recife.
Fui lá pra dar 12 horas de aula. Passou. Agora só em novembro.
Tossindo por causa do ar condicionado gelado, mas voltei.
Pro trabalho, pra vida social: voltei a aceitar pacientes novos e convites.
Voltei pro blog, voltei a responder telefonemas (quase).
Voltei pra minha casa gostosa, voltei pro regime.
Voltei.
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terça-feira, 25 de agosto de 2009

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

follow up

parte do meu tempo eu trabalho na universidade, por isso eu tenho que estudar e pesquisar sobre meu tema de interesse - no caso, o cérebro das pessoas.

por causa de uma dessas tais pesquisas, nesta semana eu tive que repassar o banco de dados de pacientes que foram atendidos desde 1998 (ano do meu ingresso na uni e da inauguração do serviço).

acabei me dando conta de que lembro de cada um dos pacientes que tive contato. só de olhar o nome. lembrei do rosto, da história, da família. sei que vai soar piegas, mas eu também lembrei de muita coisa que eu aprendi com vários deles: a primeira vez que entendi uma ressonância, o que é de fato uma amnésia, o quanto faz falta entender a piada, o valor de ter um sentimento validado por outra pessoa. infinitos insights e lições que me fizeram uma pessoa melhor e uma profissional menos inábil na hora de tratar os próximos que vieram.

entramos em contato com um grupo de pacientes pedindo que comparecessem novamente ao serviço para participar de um dos nossos novos trabalhos. os familiares de vários deles foram gentilíssimos e toparam nos ajudar, então terei o privilégio de revê-los em breve e saber como é que a vida vem caminhando. alguns estavam empregados e não teriam horário disponível. alguns não estavam dispostos a vir. um deles faleceu há 2 anos. a mãe de um outro faleceu há alguns meses, e como o pai trabalha o dia todo não teria quem o trouxesse. alguns não foram encontrados pois os telefones mudaram.

fiquei meio esquisita, coração apertado.
às vezes eu tenho medo da vida.


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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

sibéria

meu consultório novo ainda não tá pronto.
e eu já estou atendendo lá.
creio ser essa a minha principal fonte atual de antipatia.

falta uma porta - de duas - entre a sala de espera e a de atendimento.
falta mesa de tamanho apropriado.
falta cadeira.
faltam estantes.
precisa de uma faxina.
precisa que uma criatura vá lá mudar o fiozinho que liga o telefone.
precisa rever toda a instalação elétrica, pois as lâmpadas queimam todo dia.

e o pior de tudo: estou sem internet.

PUTAQUEOPARIU!

não existe vida offline.
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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

trinta e poucos anos

a vida andava parada, parada. passou os vinte na correria, tentando conquistar seu lugar ao sol. chegou aos trinta competente e reconhecida. depois parecia que não vinha mais nada de novo. parecia que já sabia tudo que tinha pra saber.

- volta pra escola, uma amiga falou. vai aprender coisas novas!

apesar da antipatia resolveu que ia fazer inglês. nem tanto por aprender uma coisa nova, mas por achar que ia fazer bem pra carreira. carreira. acostumou com a correria e achava que isso era o fim de tudo. não o fim-final, mas o fim-objetivo.

acabou se apaixonando perdidamente pelo professor. virou o mundo de pernas pro ar. ouvia a voz da amiga ecoando na cabeça: não falei que voltar a estudar ia mudar sua vida?
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terça-feira, 11 de agosto de 2009

choque cultural

eu tive uma professora de cerâmica que, aos 18 anos, viajou sozinha pra áfrica no inicio dos anos 80. ela contava que a pergunta mais frequente que recebia era "cadê sua mãe?", visto que para todos alí parecia inconcebível uma moça estar sozinha. as mocinhas locais estão sempre acompanhadas. não lhes fazia sentido. a professora contava que demorava horas tentando explicar que sim, ela tinha família, mas viajava sozinha. quando parecia que sua resposta tinha sido aceita, vinha sempre outra pergunta: "mas como que sua mãe deixa você viajar sozinha?"

talvez tenha sido isso que aconteceu no congo com a secretária de estado americano hillary clinton, ao encontrar estudantes locais. o rapaz não me pareceu tentar ser agressivo ao perguntar o que o bill clinton achava de certa coisa. parece que pra ele é óbvio que a mulher saiba a opinião do marido. talvez na terra dele o marido tenha impotância na opinião política da esposa. talvez a ele fosse óbvio que ser esposa de alguém não é ofensivo.

mas ela pegou mal. bem mal. veja você mesmo:



sei lá. ela podia ter respondido a mesma coisa sem tanta mágoa, se tivesse tido um pouco mais de empatia cultural e um pouco menos de arrogância. call me naive, call me amelie poulain, mas acho que o rapaz do congo não tinha uma "agenda" por traz da pergunta e estava apenas tentando tirar o máximo da visita de uma pessoa tão importante supostamente dando atenção a seu povo...

é como se a cada vez que perguntassem pela mãe da minha professora ela se sentisse compelida a deixar claro que é uma mulher independente e livre e não está sob o jugo de uma estrutura falida e opressora como a família hierárquica e retrógrada. hello-ow! eu só queria saber cadê sua mãe, dude...

a neurose, a história e os idiotas

outra vez!
só que esta noite eu estava na fila da imigração das filipinas. minhas malas pesavam uma tonelada. tinha chovido e havia um palmo de água pútrida no piso do saguão. não se podia encostar nos pilares que demarcavam as filas caracol pois eles eram de metal enferrujado altamente transmissor de doenças já erradicadas no ocidente.

será que era isso que o freud queria dizer quando falava sobre as neuroses repetirem-se incessantemente ao redor dos traumas????
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domingo, 9 de agosto de 2009

sonhei que estava no inferno

pois é, tive um pesadelo horrível esta noite. sonhei que estava no inferno.

o inferno era um aeroporto lotado. a cada 20 metros havia um balcão da imigração britânica onde ninguém falava minha língua e me fazia perguntas absurdas sobre o que eu quero do meu futuro, quais são meus planos de vida.

junto comigo havia uma fila interminável de ciganos e mendigos do leste europeu que, eu sabia, queriam roubar meus documentos e eu tinha que manter o insuportável estado de alerta constante.

eu entrava e saía de aviões minúsculos com hélices enferrujadas e cambaleantes, e cada hora descia num aeroporto diferente, com uma nova língua e uma nova moeda. as fotos das coisas bonitas desapareciam da minha máquina enquanto eu me via compelida a escolher souvenirs idiotas tentando fazer conversões financeiras de cabeça, usando razões do tipo 1: 17.034.

acordei decidida que nas próximas férias eu vou escolher um destino só e lá ficar. e só saio daqui se tiver vôo em avião grande e sem escalas. tenho dito.
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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

seres humanos são todos são iguais

mas uns são mais iguais que os outros.

na finlândia os adolescentes pintam os cabelos pra se diferenciar do crowd. pintam de preto.
não existem telefones públicos, pois todo mundo tem celular.
a menina que vende cereja na feira poderia ser uma supermodel.
os velhinhos andam com dois poles. vão se apoiando na caminhada como se fossem esquiadores ou escaladores de montanhas. tic, tic, tic, tic.
as pessoas sentam na grama e conversam a tarde toda de verão. a tarde acaba as 10 da noite.
todo mundo fala inglês e a língua deles é cheia de trrs e kkkis e sttus. a gente consegue pronunciar praticamente todos os fonemas, mas é difícil ler porque as palavras são muito compridas.
os pães são a comida mais espetacular. e o salmão também. mas eles comem carne de urso e rena.
a música das lojas e bares tem rihanna, arctic monkeys, beatles. as vezes tem bandas locais e quase todo mundo sabe cantar.


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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

entre 4 paredes

eu tô aqui num quarto de hotel do outro lado do mundo. felizmente existe a internet, o msn e os blogs pra eu saber o que se passa na vida das pessoas.

descobri uma notícia ¨quente¨:

um casal de amigos muito engraçados decidiu derrubar as paredes da intimidade e publicar DRs reais e hipotéticas na rede.

em breve aqui!

aguardem...
...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

quem que tá de óculos cor-de-rosa? quemque?

querido diário,

estou em Helsinki, uma cidade linda de morrer!!!
o povo aqui é muito bonito, a cidade é limpinha e bem cuidada, cheia de flores... estou achando tudo maravilhoso e estou muito feliz.

a unica coisa que deixa a gente um pouquinho triste é ver que tem pela cidade umas pessoas um pouco sofridas, imigrantes do leste europeu. coitados. eu lembrei daqueles romenos que pediam trocado nos faróis de são paulo... o país deles teve guerra, eles estão há anos em uma situação desesperadora.

enfim, acho que eu fiquei com tanta pena deles que inconscientemente resolvi fazer algo para ajudá-los. assim, acabei deixando um deles levar minha carteira, cartão de crédito e passaporte. foi tão rapidinho que eu nem percebi que a minha doação ja havia sido feita. que danadinhos, hein?

eu comprei uma água, guardei a carteira na bolsa, saí da loja e fui atravessar a rua para comprar cerejas fresquinhas... na faixa de pedestres tinha bastante gente, só pode ter sido aí que tudo aconteceu. ai, ai, estou tão contente por ter ajudado uma famíla carente do leste europeu! aquela gente tão sofrida...

bom, querido diário, queria te contar tudo isso pois tive um dia inesquecivel: conheci a delegacia de Helsinki, falei com vários policiais super simpáticos, aprendi que polícia em finlandes chama poliisi. que legal, né? além disso também conheci a embaixada brasileira na Finlândia, e vou ganhar um passaporte novinho.

ah! agora eu estou sem cartao de crédito, então a viagem vai ser muito mais emocionante, sem o apelo consumista do capitalismo. ainda bem que tenho muitos amigos para pagar a cervejinha pra mim. e também a tequila, o vinho e a vodka. já comentei q a vodka daqui é ótima?

ai, querido diário só bebendo pra comemorar isso tudo, não é mesmo?

Y
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sábado, 25 de julho de 2009

existe alguem mais linda do que eu?

dizem que quebrar espelho da´ 7 anos de azar, nao e´ isso?

felizmente descobri que só há uma situação imune à maldição: se o espelho for quebrado em um dia super gostoso, se voce estiver de férias com amigas numa cidadezinha linda escondida no meio da grâ-bretanha, tentando dirigir um carro com a direcao do lado errado e o espelho, no caso, for o retrovisor do lado esquerdo.

nesse caso - e so´ nesse caso - parece que a tal da praga dos 7 anos nao pega. mesmo que tenha sido pura impericia...

ufa...
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quinta-feira, 16 de julho de 2009

o velho e o mar

não fosse a casinha de bonecas que você fez pra mim
as tardes que a gente ficava mexendo com a suas ferramentas
as madrugadas vendo bangue-bangue
se não fosse os desenhos que você fazia pra eu pintar
as barracas mais populares nas festas na minha escola
as viagens, a mobilette e os carros
e por tudo que você financiou pra mim
se não fosse sua torcida em todos os meus jogos
se você não tivesse chorado quando eu aprendi a ler
quando eu tirei as rodinhas da bici
quando eu entrei na puc
quando eu me formei
quando eu casei
se não fossem infinitas as vezes que você me levou e buscou
e deu carona pra todos meus amigos
se não fosse pelo seu carinho e apoio em tudo que eu fiz
por me prestigiar e me valorizar
pela sua presença constante na minha vida
se não fosse pelo esforço absurdo pra ficar bem
só pra estar mais um tempo com a gente
se não fosse por isso tudo
eu acho que ia ficar triste por você não vir me ver hoje

eu sinto saudade de você o tempo todo
e continuo achando que você tem que me paparicar
mesmo sendo velhinho
mesmo que seja um trampo

sinto muito, mas eu fui acostumada a ser prioridade
eu sou exigente e acho que mereço tudo de bom
eu só escolho gente decente pra conviver
eu não aceito afeto de má qualidade
eu sei o que é tratar bem alguém e ser cuidada
isso é culpa sua.

(e eu nunca vou conseguir te agradecer o suficiente)

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quarta-feira, 15 de julho de 2009

coisinhas

sabe quando o mundo fica pequenininho do tamanho de um nada porque a gente faz sempre as mesmas coisas? sabe quando os problemas bestas ficam muito grandes porque o mundo da gente está muito estreitinho? sabe quando tudo que a gente quer é que um acontecimento extraordinário venha tirar a gente dessa vidinha limitada?

então, é nessa hora que você pode dizer que tem mesmo muita sorte se aparecer uma pessoa que diga que você, por causa de um cuidadozinho à toa que não custou nada, foi importante no rumo da vida dela. ela acha que você que fez bem pra ela, mas na verdade ela é que tá fazendo bem pra você.


ainda bem que tem outras pessoas no mundo. se fosse só eu seria muito chato.
.

domingo, 12 de julho de 2009

Até explicar que nariz de porco não é tomada...


Eu devia ter uns 4 anos quando perguntei pra minha mãe se podia enfiar um grampo nos buraquinhos da tomada. Ela disse que não, naturalmente, porque se eu fizesse aquilo eu levaria um choque.

Embora eu depreendesse que não devia lá ser muito boa coisa, 'choque' não constava do meu repertório. Na minha parca experiência de vida eu ainda não havia passado por isso e, desta forma, não podia avaliar se valia ou não a pena eu fazer aquilo que me parecia certo. O grampo tinha duas pontinhas de acabamento arredondado que pareciam encaixar tããão bem na tomada!

Desde cedo já ciente do medo de assumir responsabilidades sozinha, continuei insistindo no assunto por tempo suficiente para que minha mãe - pessoa incrível e que sempre quis apenas o meu bem - perdesse a paciência e desistisse de tentar me convencer pela teoria. "Então vai, filha. Faz o que você quiser... Mas tô te avisando que vai ser ruim!"

Bom. Não preciso contar com detalhes o que ocorreu a seguir. Basicamente foi: grampo, choque, choro, colo, consolo. "Xiu, xiu... passou, passou..."

Um só choque e vááárias lições aprendidas sobre como a vida funciona.

Eu lembrei dessa história recentemente quando fui comprar material para o rapaz instalar pontos de eletricidade a mais no meu consultório novo. Vocês sabiam que agora existe uma lei que regulamenta um novo formato para as tomadas brasileiras?


É isso mesmo. Não existe mais aquela tomadinha plana com os furinhos de focinho de porco! Agora todo o País deve adotar tomadas em formato hexagonal com um encaixe "recuado" tipo um degrauzinho. A parte de metal só encosta no buraquinho de energia depois que o plugue estiver inteiro dentro desse tal "degrau" da tomada. Ou seja: só entram os plugues que tenham exatamente aquele formato.

- Como assim? A troco de quê? "É para evitar que as pessoas tomem choque ao ligar ou desligar o plugue dos aparelhos", respondeu gentilmente o carinha da loja.

- Mas gente! Nenhum aparelho que eu tenho veio com esse plugue! Eu vou ter que usar adaptador ou trocar todos eles? "Pois é... tá todo mundo achando ruim. É capaz que nos próximos meses esse vai ser um assunto muito falado no Brasil".

Pois muito bem. Que fique registrada minha indignação! Então agora precisa de legislação pra proteger a população de levar um choque na tomada? Só faltava essa mesmo! Deixa o cidadão tomar o primeiro que logo aprende! Tenha dó, né...
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Limpando a barra...

Pra quem não viu na midia, tá aqui o vídeo que limpa a barra do presidente Obama. Na verdade ele - gentelman que é - estava ajudando uma outra moça a descer o degrau...
que gracinha, né Méliss?

Já Monsieur Sarkozy... ah, esse tava olhando mesmo! De virar o pescoço e procurar a moça no meio do povo.
Serais ce possible alors?



Bom, e mais uma vez na imprensa internacional:
mulher brasileira = bunda.


e a besta aqui engorda 3kg uma semana antes de viajar pro exterior.
adivinha em que parte as minhas roupas estão apertadas?
humpf! odeio piada pronta...
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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Feitiço de Áquila





Saiu hoje nos jornais do mundo todo essa imagem sensacional da Reuters: os líderes do G8 se preparando pra tirar uma foto no encontro em Áquila.

Não sei se eu gosto mais do fato de o Obama estar prestes a tropeçar por desatenção ou da cara de 'an-han hein?' do Sarkozy.

To aqui pensando que se fosse na frente da obra lá em Guaianázes os pedreiros iam estar falando algo do tipo: 'ô esse carnão lá em casa!' E nesse caso os cavalheiros devem estar pensando algo bem parecido, em inglês e francês respectivamente.

Boys will be boys.

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Como diz minha sábia tia Suzy:
'tem homem que cai de podre, mas não amadurece'...

To chorando de rir.
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segunda-feira, 6 de julho de 2009

programa de indi

posso falar uma coisa? nada sério, não. é só pra deixar registrado, não que isso tenha importância alguma pra quem quer que seja. mas é que eu acho o indiana jones um porre. pronto. era só isso mesmo. obrigada.
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RE: FWD: fwd: subject = assunto

pqp! será que é muito difícil de entender pra que é que serve a linha de assunto num email?

que antipatia que me dá de gente que manda informação importante em email com um título nada a ver.

será que fulano não desconfia que as mensagens são filtradas pelo grau de importância que seus títulos sugerem?

não adianta mandar o comunicado urgente do diretor em um email cujo assunto é: "fwd: re: re: corrente do bem! (não quebre)"

será que não dá pra imaginar que as pessoas talvez não tratem tal mensagem como prioridade no dia????
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domingo, 5 de julho de 2009

Paris

Entre as coisas boas de morar em são paulo temos os festivais de cinema. Em junho a Reserva Cultural promoveu um com filmes franceses inéditos. Eu tive a chance (em francês = sorte) de conseguir um ingresso pra ver Paris.

Paris é um filme francês no visual e universal na temática. É daquelas histórias que mostram gente comum vivendo a vida. Então fica claro que o que mais importa nesse mundo é a presença das outras pessoas. Embora o filme se enquadre na categoria 'drama', eu saí do cinema leve e me sentido bem, com vontade de ver as pessoas queridas com mais frequência. Querendo ouvir mais música, dançar mais, namorar mais.

Acabei de saber que o filme vai entrar no 'circuitão' nessa semana. Recomendo para todas as audiências. Quem quiser companhia me chama que eu vejo de novo.


este trailer também foi 'emprestado' do blog jádore le cinéma, listado aí ao lado.
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sábado, 4 de julho de 2009

favoritos

aí nos meus favoritos tem o 'visite o blog', que está sempre cheio de novidades por obra do paulão gorniak e da carol rosa. através de um post deles cheguei no blog de um curitibano fã de cinema, que agora tá linkado aí do lado também - 'j'adore le cinéma'. esse cara tem uma seleção de curtas de animação que é de chorar de tanta fofura.

'pesquei' um curtinha dele pra vocês assistirem por aqui.
divirtam-se!

Partly Cloud



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quinta-feira, 2 de julho de 2009

quase morrer não muda nada.

o que muda mesmo é morrer.

passei o reveillon 08-09 na espanha. viagem incrível com meus queridos. eu adoro viajar pra respirar ares diferentes, provar novas comidas, ver outras notícias. é que eu adoro ver tv no estrangeiro.
na tv da espanha, o assunto do momento era a russia, em pleno inverno, cortando o fornecimento de gás pro resto da europa por causa de uma picuinha com a ucrânia. o outro assunto bombadésimo (pela revolta que causou na europa católica) era a versão espanhola de uma campanha inglesa da british humanist association: o chamado ônibus ateu e seu slogan.

provavelmente deus não existe.
agora pare de se preocupar e curta sua vida.










esta noite sonhei com a minha prima que morreu aos 33 anos.
ela teve câncer.
sua morte causou uma destruição na família, imaginem só.
mas hoje todo mundo tá razoavelmente recomposto, celebrando datas e nascimentos, buscando a felicidade do dia-a-dia. porque quem continua vivo tem essa chance.



fico feliz que a década dos 30 me deixou mais em paz com a consciência da urgência da vida.


no sonho a cris estava linda e dando sua gargalhada-cacarejo.
cabelão solto na cara, uma bata azul e o violão.

balançava o pé branquinho marcando o ritmo da música.
eu, prima pequena, sempre a tive como modelo de tudo que era mais cool e feliz nessa vida.
muita saudade.

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quarta-feira, 1 de julho de 2009

it's comin' to get ya!

- alô! tá livre? pode falar um minuto?
- posso sim, tô tranquila. hoje dois pacientes da manhã desmarcaram porque não estavam se sentindo muito bem. estão gripados acho...
- puxa, que coisa... mas e aí? você pode almoçar comigo hoje?
- hummmm. não sei. depende da hora que o cara do gesso vai passar pra fazer o orçamento. ele ficou de confirmar se vem às 11 e meia ou às 3.
- e quando ele vai te avisar?
- ele não sabia quanto tempo ia demorar. precisou levar a namorada no médico. ela estava há dias com um febrão.
- é mesmo?... mas então, vamos ver se a gente consegue jantar?
- pode ser. mas tem que ser depois das 10.
- meio tarde não é?
- é que eu tenho que atender um paciente até 9 e meia. ele é médico do PS, disse que tá muito movimentado lá. pediu pra mudar o horário dele pra noite. muitos virus à solta.
- eu hein... bom, melhor deixar pra amanhã, então...
- por mim tá fechado! você chama a Ju pra ir com a gente?
- vou tentar. nem consegui falar com ela hoje.
- ué? ela não tá aí com você?
- não te falei? ela nem veio trabalhar. parece que estava com uma gripe forte, febre alta...
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terça-feira, 30 de junho de 2009

academia

Peraí, deixa eu ver se eu entendi direito:

Pra ser presidente não precisa estudar, mas pra escrever sobre o presidente precisa. É isso?

Ahhh! Falou então.

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PS1: não tenho opinião radical sobre a obrigatoriedade da faculdade de jornalismo. em geral sou a favor de estudo formal sim, mas adoro as histórias de gente brilhante e auto-didata. e também eu acho que a vida real é um ótimo regulador: gente boa uma hora se dá bem. gente ruim desaparece. gente medíocre fica sempre medíocre. estudando ou não.

PS2: na onda dessa polêmica, achei curioso este portal para dicas de jornalismo:
youtube reporters center. isso talvez inspire alguém a fazer um 'presidents center'. ou, sei lá, um 'neurosurgery center'...
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segunda-feira, 29 de junho de 2009

and talking about home...


HOME IS WHERE IT HURTS - CAMILLE
My home has no door
My home has no roof
My home has no windows
It ain't water proof
My home has no handles
My home has no keys
If you're here to rob me
There's nothing to steal

(A la maison. Dans ma maison. C'est là que j'ai peur)

Home is not a harbour
Home home home
Is where it hurts

My home has no heart
My home has no veins
If you try to break in
It bleeds with no stains
My brain has no corridors
My walls have no skin
You can lose your life here
Cause there's no one in

(A la maison. Dans ma maison. C'est là que j'ai peur)

Home is not a harbour
Home has not a hearse
Home is not a harvest
Home home home
Is where it hurts




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domingo, 28 de junho de 2009

moving (on)

achei um consultório novo no mesmo prédio de sempre. como não tinha me desfeito dos móveis do consultório anterior, acho que dá pra eles ficarem em ordem depois de uma reforma. por sorte achei minha agenda de 2000 e o telefone do tapeceiro não mudou. o mesmo número desde que ele reformou o sofá da nossa primeira casa da vida adulta - o apê de 42m2 no brooklin.

oliveira tapeceiro, na vila mascote. era uma portinha de garagem, agora expandiu o negócio, tem até página na internet. a gente sabia que esse cara ia prosperar. eficiente, caprichoso, preço justo. retira e entrega os móveis no local. hoje em dia aceita mastercard e divide sem juros em até 6 vezes. só que nesse caso o cliente tem que ir até lá pra passar o cartão. aí começa a viagem.

atravessei a cidade e o tempo neste sábado. voltei pra vila mascote depois de muitos anos. fora algumas mudanças por conta de merging and aquisitions das redes de supermercado, o bairro está praticamente igual. nunca achei que ia me emocionar com a avenida santa catarina e sua absoluta falta de glamour, mas acabei até chorando um pouquinho.

lembrei da vida inteira que eu passei alí com a minha família, nas 4 casas que a gente teve no mesmo bairro, 3 delas basicamente na mesma rua. eu lembrei de todo mundo alí comigo: meus pais, meus irmãos, meus amigos.

eu tinha a sensação de que minha casa ia sempre ser lá. mesmo que eu saísse, ia sempre pertencer àquele lugar.

só que nesse sábado eu vi que lá não sobrou nada mais. não sobrou ninguém. não tem lugar guardado pra mim. meus pais saíram do bairro, deixaram a cidade. assim como meu irmão, que está começando a família dele no rio de janeiro.

a vida de todos nós mudou tanto, e meu porto seguro ficou no passado. só tem lembranças pra eu visitar. não tem mais o meu canto esperando por mim.

a minha casa agora é aqui. e daqui eu só posso ir pra frente. não tenho mais pra onde voltar.
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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Nega Maluca

pensei em fazer um post pro michael jackson, mas a meliss já fez um tão bonito que nem vale a pena eu tentar...

vou deixar minha lembrança pro michael revelando um segredinho (que foi o caetano veloso que descobriu): a música 'billy jean', na verdade, foi inspirada num clássico da música brasileira chamado 'nega maluca'.

prestem atenção na letra!



eram bons tempos onde se convivia com a dúvida e pronto.
pai é quem cria. fim de papo. o dna acabou com a poesia...
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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Café da tarde

Ontem eu tive um intervalo no consultório e fui tomar um café na padaria do Benjamin, alí em Higienópolis. O lugar é uma delícia, vive cheio, é o 'fervo'.

A única mesa vaga era ao lado de um grupo composto por um pai de trinta e tantos com dois filhos pequenos - um de uns 5 anos e outro de um ano e pouco - e uma babá. A moça tentava em vão chamar a atenção de um dos meninos para que ele tomasse um gole de suco de melancia. O pai tinha o filho menor no colo e o olhava maravilhado e orgulhoso. O pequeno piscava com força os olhos azuis e balbuciava algumas palavrinhas enquanto mastigava/chupava um pedaço de algo que parecia ter sido um pão de queijo.

Fui chegando com a minha xícara e uma revista e quando cruzei o olhar com o menino menor ele abriu um sorrisão banguela e me 'ofereceu' o que quer que fosse que estava comendo. Conquistou meu coração na hora!

Acabei puxando prosa com o pequeno que, em dois segundos estava no meu colo, espalhando pedacinhos babados de sua comidinha não-identificável na minha roupa. O pai aproveitou o intervalo pra tomar seu suco de laranja que parecia estar lá há tempos dado o grau de sedimentação da polpa no fundo da jarra. Serviu o seu copo e o da babá. Esta, não levando qualquer ibope com o mais velho, havia desistido de alimentá-lo e apenas o observava enquanto ele alisava a parede com o guardanapo, ininterruptamente.

Perguntei ao pai o nome das crianças e os cumprimentei repetindo seus nomes. O pequeno, ainda no meu colo, me olhou sorrindo em retribuição ao 'oi', mas o mais velho não se voltou e sequer parou o que estava fazendo. Procurando justificar o pouco caso do filho ou talvez me consolar, o pai me contou que ele era autista. "Ele tem um pouco de autismo", foi a frase exata que ele usou.

Tudo que consegui fazer foi tentar fazer cara de nada e perguntar se era tranquila a convivência dos irmãos. O pai me disse que sim, que o mais velho tinha uma forma branda de autismo, que tolerava bem a insistência do irmãozinho e chegava até mesmo a aceitar que ele o tocasse. "Eles brincam meio paralelamente, ele não dá muita bola, mas o pequeno aprendeu a respeitar o jeito do irmão".

O pai também me disse que tinha sido muito difícil descobrir o que o menino tinha, que ele só recebeu o diagnóstico com quase 3 anos, mas que ele e a esposa sabiam desde poucos meses que havia alguma coisa errada. "Depois que a gente teve o diagnóstico a gente resolveu ter outro bebê, porque senão a gente nunca ia saber como era ter um filho de verdade".

Fiz que sim com a cabeça e sorri praquele homem na minha frente. Não me ocorreu nenhuma palavra. Ele sorriu de volta e virou-se pra terminar o suco. Pouco me lembro do que aconteceu depois, mas sei que eu ainda brinquei um pouquinho com o menininho no meu colo até que ele resolveu descer e correr; logo eles se despediram e se foram.

Acho que enquanto eu viver eu vou me sentir inepta pra comentar sobre essa história.
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